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Quando chega o momento da nossa trajetória em que temos que escolher qual profissão e qual carreira queremos seguir, nos deparamos com um leque de opções e, muitas vezes, ainda nem sabemos o que queremos e por onde começar. Começam os questionamentos, as dúvidas, o medo da frustração… Mas é uma fase repleta de descobertas e super importante em nossas vidas. Bem nesse momento, quando era adolescente, resolvi criar um fã clube para meu ídolo. Hoje, tenho certeza, que isso foi um dos fatores mais importantes para decidir minha carreira, por incrível que pareça!
Hã? Ter um ídolo e descobrir sua profissão com isso? É possível? 🤯
Como presidente desse fã clube, eu acabei me tornando referência nas redes sociais (na época o Orkut hahaha) para a comunidade de fãs. Tinha 9 perfis lotados (o Orkut nos limitava a ter 1.000 amigos) e tinha mais de 10 mil seguidores no Twitter, além de ser super ativa nas comunidades. Depois de um tempo, resolvi abrir um blog e também era responsável por produzir conteúdos e foi com isso que aprendi um pouco sobre programação HTML e design!
Na mesma época, meu irmão começou a empreender no ramo de perfumaria aqui no Brasil. Vendo o sucesso e a forma com que eu administrava as redes sociais do fã clube, ele me convidou para criar e gerenciar todas as redes sociais e site da empresa dele, além de participar de eventos. Super topei o desafio e foi aí que descobri que realmente gostaria de me dedicar para a área de comunicação e marketing.
Matrícula na faculdade e estágio check ✅
Prestei vestibular para relações públicas pois, ao meu ver, na época era a habilitação que realmente abrangia uma comunicação 360º. Comecei a faculdade e me senti super realizada quando me vi aprendendo sobre as diferentes frentes e estratégias de comunicação. Comunicação interna, eventos, marketing, administração, relações com a imprensa, mídias sociais e até mesmo relações políticas.
Logo no primeiro ano, quis encontrar um estágio para conseguir levar pra prática tudo que eu estava vendo no ambiente acadêmico. Comecei a estagiar já no final do primeiro ano da faculdade, cuidando de toda parte de comunicação interna, eventos e responsabilidade corporativa de uma multinacional do setor químico. Depois de um tempo, quis muito me aprofundar no setor de eventos e acabei passando no processo seletivo de estágio para a área de eventos corporativos do Santander. Cara… fiquei perdidamente apaixonada pela área! Depois de um ano trabalhando duro, recebi a proposta para ser efetivada e passei a fazer parte do time de eventos de negócios e incentivos do banco.
Quando se trabalha em uma grande empresa, principalmente do setor financeiro, você acaba identificando como uma empresa é estruturada. As áreas internas se comportam como várias “empresinhas” dentro de uma grande organização. Como ponto focal/atendimento das áreas de negócio para eventos, eu consegui conhecer todas as áreas e segmentos de um banco. Passei a fazer eventos para clientes pessoa física até para pessoas jurídicas com um faturamento exorbitante. Foi um papel extremamente importante na minha carreira, que me fez uma profissional totalmente resiliente e flexível, conseguindo me adaptar em diversos cenários.
O pedaço que faltava 💔
Depois de um tempo, comecei a sentir falta de alguma coisa. O meu lado mais estratégico e analítico queria ser explorado. Sempre fui muito curiosa e inquieta, cheia de perguntas, teorias e suposições em mente. Eu amava o lado da comunicação mais voltada para relacionamento e posicionamento de marca, mas também ficava fissurada pelo lado mais estratégico do negócio, o lado dos resultados e dados. Pelo constante contato com as áreas de produto do banco, eu senti que podia e queria mais!
Fui convidada a participar de um processo seletivo para me tornar marketer dentro de uma área de produtos que eu atendia no banco, o Santander Universidades. Sentia que essa seria minha chance para continuar trabalhando com o lado mais criativo do marketing, mas com o objetivo mais voltado para negócios. Principalmente em empresas mais tradicionais, a figura de marketing de produto não recebe essa nomenclatura e muitas vezes também não é estruturada como se fosse uma área, podendo ser apenas um conceito, um processo, um cargo ou até uma equipe.
O meu novo papel dentro da área de produtos financeiros voltados para universitários, era captar tudo que o produto daquele segmento entregava e traduzir de uma forma clara e objetiva para que o público entendesse a proposta de valor dos diferentes produtos daquele segmento. Se você já percebeu, eu fazia marketing de produtos mas não me entendia como tal e também não era o nome dado a minha função.
Olha… foi um desafio e tanto. Como falei no começo desse texto, quando entramos na faculdade sempre nos vemos em uma situação confusa em que não sabemos direito o nosso novo papel e nossas novas responsabilidades. Era um desafio explicar para esse público, que ainda estava se descobrindo em um novo ciclo da sua vida, as funcionalidades dos produtos financeiros, que muitas vezes não são produtos fáceis de entender e são burocráticos. Foi um baita desafio, mas ali eu me encontrei… Fazia um papel em que conseguia unir toda a estratégia de comunicação para alavancar um produto e acompanhar métricas e resultados, propondo ações de marketing para tal.
Por sempre ter sido uma pessoa extremamente curiosa e que realmente gostava de estudar, depois de cerca de um ano exercendo essa função, e ainda sem saber que o que eu fazia era marketing de produto, resolvi me especializar. Comecei a minha pós graduação em inovação, design e estratégia, um curso totalmente voltado para produtos digitais, tendências, futurismo, inovações e todo ecossistema “startupeiro”.
Product Marketing Manager? 🤔 EURECA! 💡
No meio do curso, começou uma matéria chamada Produtos Digitais e Growth Marketing, com meu querido professor Gabriel Ferreira, formado em jornalismo e hoje um especialista em produtos digitais. A identificação com o professor e com a matéria foram instantâneas. Conforme as aulas foram passando, uma pulga ficava atrás da orelha: será que essa área de marketing de produto que o professor citou na aula é bem com o que eu trabalho hoje em dia? Será que eu sou uma PMM?
Como de costume, os professores sempre levavam palestrantes nas aulas, até que em uma noite o Felipe Cardoso Barbosa, atual PMM na VTex, era um desses palestrantes. Eu amei a aula desse dia e, ao final da palestra, levantei a mão e fiz uma pergunta para entender se, o que eu fazia naquela época, poderia ser considerado como marketing de produto! Não me restaram mais dúvidas… eu era uma PMM e passei a me encarar como tal.
Para me aprofundar ainda mais no setor, descobri a Cursos PM3, escola referência em produtos aqui no Brasil. Comecei o Curso de Product Management e Product Growth e me aventurei nas aulas, me apaixonando mais e mais por produtos digitais. Na mesma época, tive a oportunidade de participar do processo seletivo para ser Especialista em Marketing de Produto no banQi, a fintech do grupo Via. Esse era o momento de consolidar minha carreira como PMM, uma vez que eu já tinha me entendido completamente como tal.
Product Marketing Manager: o grande maestro! 🎷
Passei no processo seletivo e hoje, como cargo oficial, atuo como marketing de produto e, há menos de um ano sentada na cadeira e dentro de uma startup, eu tenho certeza que essa é a minha profissão, é a área que eu amo e que quero me especializar.
A cada campanha de produto proposta, a cada estratégia de go to market lançada e a cada dia a dia acompanhando a evolução do produto e fazendo alinhamentos internos, me sinto como um grande maestro orquestrando os diferentes times/grupos que compõem uma orquestra e sempre com um objetivo em mente: entregar o que temos de mais valioso para o cliente final, nossa grande platéia, e fazendo-o sentir uma ligação para lá de emocional com a solução e produto que estamos oferecendo, com o que ele realmente se importa! Isso é música para meus ouvidos!
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